(De ti há de ser todo amor
Que faço vida ao acordar...)
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
O Trem do Tempo - Uma Longa Viagem...
O tempo passou lotado
levando a gente feito pacote
tudo num monte misturado
vai o mais rico embaixo do pobre
a donzela no colo do mulato
e o mulato segurando como pode
O tempo vai longe demais
e a gente vai perdendo o viço
ontem minha meninice é nunca mais
meus olhos estão ficando mortiços
levando a gente feito pacote
tudo num monte misturado
vai o mais rico embaixo do pobre
a donzela no colo do mulato
e o mulato segurando como pode
O tempo vai longe demais
e a gente vai perdendo o viço
ontem minha meninice é nunca mais
meus olhos estão ficando mortiços
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Esse Tempo Sem Tramela e Sem Torneira...
Esses dias chuvosos e de granizo
São preocupantes
Talvez porque antes não havia isso.
O Pantanal tinha seus dois ciclos definidos
Seca e cheia desbocada
Hoje nada mais tem compromisso
A chuva cai quando quer
Afinal é feminina, coisa de mulher
E a seca era doída de ver
O mato seco, até sozinho, começava a arder...
São preocupantes
Talvez porque antes não havia isso.
O Pantanal tinha seus dois ciclos definidos
Seca e cheia desbocada
Hoje nada mais tem compromisso
A chuva cai quando quer
Afinal é feminina, coisa de mulher
E a seca era doída de ver
O mato seco, até sozinho, começava a arder...
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Aquidauana - De Quem Te Ama...
Pensei azul e fiz o céu
Passei marrom na boca do rio
No sol do meio dia fiz fogaréu
Na noite de estrelas ninguém me viu
Pulei da ponte velha em águas calmas
Meu grito terena acordou a lua
Na missa da matriz lavei a alma
Saí com ela nua pelas ruas
Contei mil lajotas na sete
Mil e uma foi que te vi
Seu nome é Bernadete
Bem-te-vi, bem-te-vi...
O melhor lugar do mundo é aqui
Aquidauana
Passei marrom na boca do rio
No sol do meio dia fiz fogaréu
Na noite de estrelas ninguém me viu
Pulei da ponte velha em águas calmas
Meu grito terena acordou a lua
Na missa da matriz lavei a alma
Saí com ela nua pelas ruas
Contei mil lajotas na sete
Mil e uma foi que te vi
Seu nome é Bernadete
Bem-te-vi, bem-te-vi...
O melhor lugar do mundo é aqui
Aquidauana
Sela Hoeurn
Será o por-do-sol,
Ou a estrela que me ofuscou?
Ou os dois, ou nenhum...
Coisas de meu pantanal:
É Selas Hoeurn
Que chegou!
Ou a estrela que me ofuscou?
Ou os dois, ou nenhum...
Coisas de meu pantanal:
É Selas Hoeurn
Que chegou!
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Seguidores...
Arlindo, Wilma e Lau
Vieram aqui pra me ver
Podia ser pelo trem do pantanal
Para os meus olhos umedecer...
Vieram aqui pra me ver
Podia ser pelo trem do pantanal
Para os meus olhos umedecer...
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Notícias
Hoje uma pandemia grassa
Em pleno futuro esperançoso
Somos prisioneiros em nossa casa
Prisioneiros de um vírus novo
Em pleno futuro esperançoso
Somos prisioneiros em nossa casa
Prisioneiros de um vírus novo
Por que esse espaço?
Quem sabe pudesse ser um diário.
Um guardador de inquietações.
Talvez até um orquidário,
dependendo das inspirações...
Um guardador de inquietações.
Talvez até um orquidário,
dependendo das inspirações...
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Será o Futuro – Um Caminho no Escuro...
É quando o marrom invadir o verde
E o cinza cortar as planícies centenárias
É quando o homem arrepender-se
E o vácuo sugar as galáxias
É quando o sol atingir inclemente a pele
E o mar invadir os velhos continentes
É quando degelarem todos os picos de neve
E secarem todos os rios perenes
É quando a boca pedir pra morrer
E o coração não ter mais por quem bater
É quando a mão não tiver a quem suplicar
E o corpo pesado implorar por ar
É quando a palavra ferir tal qual lança
E o homem assustado fugir como criança
É quando a ignorância for sabedoria
E o levante dos falsos guias degolar a alegria
É quando a humanidade seguir atrás de lobos
E o olhar dos inocentes provocar gargalhadas
É quando a liberdade pedir por socorro
E a paz tiver sua bandeira encharcada.
De sangue serão nossos rios
Nosso chão não será mais seguro
Ser humano será um desafio
Não ter sentimentos será o futuro.
E o cinza cortar as planícies centenárias
É quando o homem arrepender-se
E o vácuo sugar as galáxias
É quando o sol atingir inclemente a pele
E o mar invadir os velhos continentes
É quando degelarem todos os picos de neve
E secarem todos os rios perenes
É quando a boca pedir pra morrer
E o coração não ter mais por quem bater
É quando a mão não tiver a quem suplicar
E o corpo pesado implorar por ar
É quando a palavra ferir tal qual lança
E o homem assustado fugir como criança
É quando a ignorância for sabedoria
E o levante dos falsos guias degolar a alegria
É quando a humanidade seguir atrás de lobos
E o olhar dos inocentes provocar gargalhadas
É quando a liberdade pedir por socorro
E a paz tiver sua bandeira encharcada.
De sangue serão nossos rios
Nosso chão não será mais seguro
Ser humano será um desafio
Não ter sentimentos será o futuro.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Rapariga - Ana Paula Ribeiro Tavares
Cresce comigo o boi com que me vão trocar
Amarraram-me já às costas, a tábua Eylekessa
Filha de Tembo
organizo o milho
Trago nas pernas as pulseiras pesadas
Dos dias que passaram...
Sou do clã do boi -
Dos meus ancestrais ficou-me a paciência
O sono profundo de deserto.
A falta de limite...
Da mistura do boi e da árvore
a efervescência
o desejo
a intranqüilidade
a proximidade
do mar
Filha de Huco
Com a sua primeira esposa
Uma vaca sagrada,
concedeu-me
o favor das suas tetas úberes.
Mais uma belíssima poesia de Ana.
Apreciem...
Amarraram-me já às costas, a tábua Eylekessa
Filha de Tembo
organizo o milho
Trago nas pernas as pulseiras pesadas
Dos dias que passaram...
Sou do clã do boi -
Dos meus ancestrais ficou-me a paciência
O sono profundo de deserto.
A falta de limite...
Da mistura do boi e da árvore
a efervescência
o desejo
a intranqüilidade
a proximidade
do mar
Filha de Huco
Com a sua primeira esposa
Uma vaca sagrada,
concedeu-me
o favor das suas tetas úberes.
Mais uma belíssima poesia de Ana.
Apreciem...
Usinar A Vida - Desequilibrar A Balança Com Mais Uma Medida...
Usinar o céu azul
A grama verde em pasto sem fim
Usinar o tuiuiú
O carandá e os seus ninhos de passarim
Usinar corixos
Água de planalto escorrendo planície adentro
Usinar os bichos
Suas penas seus bicos, pelos, ar e ventos
Usinar o chão
A toca da onça e o buraco do tatu
Usinar a união
Os lobos e jacarés e veados e caititus
Usinar a vida
Interromper o choco, a parida e o nascer
Usinar a lida
O temperar dos dias de ensinar e aprender
Usinar o perigo
Desequilibrar a balança com mais um risco
Usinar um abrigo
Destruir um bioma por simples capricho
Esse poema é em defesa do Pantanal.
Para não deixar que USINAS DE ALCÓOL se instalem em nosso santuário, NUNCA!!!
A grama verde em pasto sem fim
Usinar o tuiuiú
O carandá e os seus ninhos de passarim
Usinar corixos
Água de planalto escorrendo planície adentro
Usinar os bichos
Suas penas seus bicos, pelos, ar e ventos
Usinar o chão
A toca da onça e o buraco do tatu
Usinar a união
Os lobos e jacarés e veados e caititus
Usinar a vida
Interromper o choco, a parida e o nascer
Usinar a lida
O temperar dos dias de ensinar e aprender
Usinar o perigo
Desequilibrar a balança com mais um risco
Usinar um abrigo
Destruir um bioma por simples capricho
Esse poema é em defesa do Pantanal.
Para não deixar que USINAS DE ALCÓOL se instalem em nosso santuário, NUNCA!!!
sexta-feira, 3 de abril de 2009
quinta-feira, 26 de março de 2009
Cidades Pequenas – Alguns Lugares São Mágicos...
cidades pequenas
são roupas coarando na grama
estendidas em varal de arame no ar
cidades pequenas
são velhas janelas em velhas varandas
pintadas de verde pra sempre esperar
cidades pequenas
são moças donzelas na missa matinal
coradas de rouge pra se enfeitar
cidades pequenas
são bancos de praça só pra namorar
esquecidos no tempo que custa passar
cidades pequenas
são velhas retretas no velho coreto
são fotografias que vão amarelar
cidades pequenas
são noites de estrelas e luar
são belas lembranças que ouso sonhar
são roupas coarando na grama
estendidas em varal de arame no ar
cidades pequenas
são velhas janelas em velhas varandas
pintadas de verde pra sempre esperar
cidades pequenas
são moças donzelas na missa matinal
coradas de rouge pra se enfeitar
cidades pequenas
são bancos de praça só pra namorar
esquecidos no tempo que custa passar
cidades pequenas
são velhas retretas no velho coreto
são fotografias que vão amarelar
cidades pequenas
são noites de estrelas e luar
são belas lembranças que ouso sonhar
Uma Poetisa
Gostaria que você conhecesse essa pessoa.
Escritora fantástica.
Na verdade, eu também gostaria de conhecê-la...
ANA PAULA RIBEIRO TAVARES, nasceu no Lubango, província da Huíla, em 3 de outubro de 1952.
Licenciada em História, é funcionária da Secretaria de Estado da Cultura.
É membro da União dos Escritores Angolanos e autora de um caderno de poesia intitulado, RITOS DE PASSAGEM.
Cerimônia de Passagem
"a zebra feriu-se na pedra
a pedra produziu lume"
a rapariga provou o sangue
o sangue deu fruto
a mulher semeou o campo
o campo amadureceu o vinho
o homem bebeu o vinho
o vinho cresceu o canto
o velho começou o círculo
o círculo fechou o princípio
"a zebra feriu-se na pedra
a pedra produziu lume"
Luanda, 85
Escritora fantástica.
Na verdade, eu também gostaria de conhecê-la...
ANA PAULA RIBEIRO TAVARES, nasceu no Lubango, província da Huíla, em 3 de outubro de 1952.
Licenciada em História, é funcionária da Secretaria de Estado da Cultura.
É membro da União dos Escritores Angolanos e autora de um caderno de poesia intitulado, RITOS DE PASSAGEM.
Cerimônia de Passagem
"a zebra feriu-se na pedra
a pedra produziu lume"
a rapariga provou o sangue
o sangue deu fruto
a mulher semeou o campo
o campo amadureceu o vinho
o homem bebeu o vinho
o vinho cresceu o canto
o velho começou o círculo
o círculo fechou o princípio
"a zebra feriu-se na pedra
a pedra produziu lume"
Luanda, 85
quarta-feira, 4 de março de 2009
Ponte da Amizade
Acordar - Abrir os Olhos Pra Ver Um Milagre...
Em faísca o horizonte entrecortado
Traz dos montes a aurora e noite escura
Espelho vermelho de sol que mistura
Retalhos de lua e céu estrelado
Boceja madrugada silenciosa
Repousa a paz de silêncio mágico
Raios de luz repintam a manhã tão formosa
Abrem-se as cortinas e nasce mais um espetáculo
Aves e cheiros flutuam no ar
Tuiuiús e garças e flores
Silvestres aromas e doces odores
Dão os sabores na hora de acordar
Abrir as janelas de um sonho acordado
Nos olhos a infinita planície alagada
O pantanal é um lugar abençoado
Meu lugar, meu amor, minha casa...
Traz dos montes a aurora e noite escura
Espelho vermelho de sol que mistura
Retalhos de lua e céu estrelado
Boceja madrugada silenciosa
Repousa a paz de silêncio mágico
Raios de luz repintam a manhã tão formosa
Abrem-se as cortinas e nasce mais um espetáculo
Aves e cheiros flutuam no ar
Tuiuiús e garças e flores
Silvestres aromas e doces odores
Dão os sabores na hora de acordar
Abrir as janelas de um sonho acordado
Nos olhos a infinita planície alagada
O pantanal é um lugar abençoado
Meu lugar, meu amor, minha casa...
O Homem - A Terra e Deus...
nestas terras sem limites
de água sem porteiras
o homem nasceu encantado
sabe a fala dos bichos
lê o tempo no barrado
nestas terras de lonjuras
de águas que regem a lida
o homem nasceu nos braços de Deus
incrustado no lodo das baías escuras
no verde da clorofila
no claro e no breu,
aprendiz da vida.
de água sem porteiras
o homem nasceu encantado
sabe a fala dos bichos
lê o tempo no barrado
nestas terras de lonjuras
de águas que regem a lida
o homem nasceu nos braços de Deus
incrustado no lodo das baías escuras
no verde da clorofila
no claro e no breu,
aprendiz da vida.
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